quinta-feira, 9 de março de 2023

  DOENÇAS INFECCIOSAS-PARASITÁRIAS: ESQUISTOSSOMOSE

As doenças infecciosas são causadas por organismos vivos, como vírus, bactérias, protozoários, fungos, entre outros. Quando o agente causador da doença vive às custas do ser vivo que o abriga este é chamado de parasita.

Nesta postagem falaremos sobre a esquitossomose, que também é conhecida como xistose, barriga d’água ou doença do caramujo. É uma parasitose adquirida quando a pessoa entra em contato com águas de lagos, represas, valas de irrigação ou córregos que contenham caramujos do gênero Biomphalaria infectados com o Schistosoma mansoni.


HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO E AGENTE CAUSADOR




CICLO DA ESQUISTOSSOMOSE


Fonte: Beduka. com.


SINTOMAS DA ESQUISTOSSOMOSE

Fase aguda (que vai até 120 dias após contato):

  • Coceira na pele (entrada do agente);
  • Febre irregular, acompanhada de suor;
  • Calafrios;
  • Fraqueza;
  • Falta de apetite;
  • Dor muscular;
  • Diarreia;
  • Dor de cabeça, e;
  • Tosse.

Fase crônica (quando o parasita chega ao intestino):

  • Diarreia constante (pode conter sangue);
  • Emagrecimento;
  • Aumento do fígado e baço (barriga d’água);
  • Palpitações;
  • Hemorragia digestiva;
  • Hipertensão pulmonar.

Na fase crônica, a pessoa doente elimina os ovos do parasita nas fezes e pode contaminar novos locais, caso tenha contato com a água.


DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Os sintomas da fase aguda da esquistossomose são comuns à várias doenças, por isso, é muito importante relatar ao médico se você teve contato recente com água rios/represa.

O diagnóstico ocorre por meio da avaliação dos sintomas e de exames de sangue e fezes.

O tratamento da esquistossomose ocorre de acordo com a fase da doença e consiste na utilização de medicamentos específicos para eliminar o parasita e combater os sintomas.

A esquistossomose pode ser facilmente curada se tratada no início. Se não tratada pode levar a consequências graves e até mesmo a morte. Por isso, em caso de sintomas, procure uma unidade de saúde para avaliação.


PREVENÇÃO

  • Evite nadar em locais onde se observa pontos de lançamento de esgoto no corpo hídrico;
  • Consuma apenas água de fontes seguras potáveis;
  • Higienize suas mãos antes das refeições e alimentos antes do consumo.

A construção de banheiros com destinação adequada do esgoto é muito importante para evitar a esquistomosse e também muitas outras doenças.



ESQUISTOSSOMOSE NO BRASIL E MONITORAMENTO REALIZADO NA PCH TAMBORIL

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a doença foi descrita em 19 unidades federadas (18 estados e distrito federal), dentre eles Goiás. No país estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas com risco de contrair a doença, risco relacionado, principalmente, ao saneamento básico inadequado e à presença do caramujo infectado.

Dentre os programas de monitoramento da PCH Tamboril está o de Qualidade da Água que possui ações relacionadas à limnologia. O referido monitoramento teve início em 2012, antes do enchimento do reservatório, onde se verificou a presença do caramujo do gênero Biomphilaria no rio Bonito em 03/2013, sendo seu último registro feito em 10/2019.

Por meio do Programa de Monitoramento de Doenças de Veiculação Hídrica se monitora a presença/ausência da esquistossomose nos municípios de Palestina de Goiás e Arenópolis, com acompanhamento no SINAN (Sistema de Informação e Agravos de Notificação), SES-GO (Secretaria Estadual de Saúde de Goiás) e Secretarias Municipais de Saúde. O monitoramento se iniciou em 2010, antes do enchimento do reservatório. Há informações disponíveis desde 2008 e, até o momento, não houve registro desta doença nos munícipios alvo do programa.

Até o presente, as águas do rio Bonito próximas à PCH Tamboril aparentam não possuir o agente causador da doença. No entanto, é importante ficar atento e buscar auxílio médico em caso de sintomas relacionados à doença.


Referências bibliográficas


Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Vigilância da Esquistossomose Mansoni: diretrizes técnicas / Ministério da

Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 4. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
Os Caminhos da Esquistossomose dentro do nosso corpo / Virginia Schall; Cristiano Lara Massara; Martin Johannes Enk; Héliton da Silva Barros; Érica da Silva Miranda. – Belo Horizonte: FIOCRUZ/Instituto René Rachou/, 2007.